seus olhos tinham derretido todas as luzes de ipanema
sugado-as pra dentro de nos
incontrolavelmente desesperado, eu
tentei avaliar o prejuízo da Light
mas feito cão
raivoso
seus olhos roubaram meus lampejos
e sintaxes
eu não podia mais pensar
tudo ja estava pronto e eu não precisava mais pensar
nós estavamos sentados comportados
em frente ao quintal do meu avô
e seu assobio esquivo era cançao de ninar
do meu coração aflito
peguei com meu bico de gaivota
a migalha de biscoito que na tua mão descansava
e trouxe de volta a luz
em flor
pra enfeitar teu cabelo espiral suburbano
você não soube o que dizer
e teus olhos famintos devolveram em gentileza
toda a luz de todos os postes
da minha cidade
era novidade
antiga
um cheiro esquecido
era eu, passarinho
e você
asa
Nenhum comentário:
Postar um comentário