lembro da sombra
nas paredes
e os finos filetes de luz
a espacializar
e a tornar mística
nossa sombra
entrelaçada
lembro da mão
que insegura
segurava os pontos
e a carne macia
que estatelava entre cortinas
e a branquidão
doce dos dentes
A sombra
que caía
em nós
e a respiração efêmera
a rodopiar
no sentido
da luz fina a escorregar
janela adentro
lembro
da janela
que embranquecia
o teto aos poucos
e da solidão
desfazendo
aos poucos sua névoa
o sol a arder
e a queimar
a certeza
de qualquer coisa
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