sábado, 3 de agosto de 2013

Frio

agora
eu sou só
um dia frio

a luz entrou
pela janela do crânio
e atingiu sua íris

agora eu conheço seu corpo
através de outros beijos e
conheço o gosto
de chá
que você tinha

vivo bem
e livre
dando de presente à alma
a fumaça, o passado

agora eu tive
que enlouquecer
e outra vez
voltar a ser eu
 - a febre
a descoberta
a solidão
os sorrisos jardins
vibrando dia afora

cada fragmento despedaçado
de dança
me movimenta sem parar
num rodopio
eterno do
teu ventre aberto

agora eu precisei
de uma vida inteira
pra perceber
que o tempo não é nada
tampouco somos nós
nada

me descobri depois de morto
[um medo de morrer
um coração aberto]



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