agora
eu sou só
um dia frio
a luz entrou
pela janela do crânio
e atingiu sua íris
agora eu conheço seu corpo
através de outros beijos e
conheço o gosto
de chá
que você tinha
vivo bem
e livre
dando de presente à alma
a fumaça, o passado
agora eu tive
que enlouquecer
e outra vez
voltar a ser eu
- a febre
a descoberta
a solidão
os sorrisos jardins
vibrando dia afora
cada fragmento despedaçado
de dança
me movimenta sem parar
num rodopio
eterno do
teu ventre aberto
agora eu precisei
de uma vida inteira
pra perceber
que o tempo não é nada
tampouco somos nós
nada
me descobri depois de morto
[um medo de morrer
um coração aberto]
Nenhum comentário:
Postar um comentário