quinta-feira, 11 de julho de 2013

Madrugada

a vida
que antes sorria

me cuspiu na cara

agora ando por aí
exibindo o fracasso
de meias brancas
e novas

meus pés agora
sem rumo
me levam pra qualquer lugar

nunca soube lidar bem com o tempo
e agora que o tenho todo meu
gostaria de ainda poder dividi-lo

sinto o cadarço apertar meu coração
ele está no lugar errado
assim como eu, a vida
e tudo parece estar
ocupando um lugar
estranho
cada função destorcida
o sol
mudo
se retirando em luto

as paredes me apertam
fechando-se cada vez mais
ao meu redor
estou sozinho e
grito em desespero
 - não há voz
na minha garganta
apenas o nó e o silêncio
da lagrima
a queimar os olhos

evito dormir
porque acordar
e perceber-me sozinho
é dor pra secar o mar
tudo é confuso
e minha visão se embaça
não sei mais dizer meu nome
nem escrever poesia

o frio da madrugada corta
minha esperança
e abrir os olhos
é tomar um soco na cara
todo dia

Um comentário:

Risco de vapor disse...

Tenho acompanhado seu blog todo dia, na esperança de ver algo escrito. Fico feliz que tenha escrito... talvez até eu escreva agora. No final o calo acaba protegendo... grande abraço!