Morra dor. Deixa meu corpo correr ao ar livre outra vez.
Deixa-me sentir gosto em tudo que não mais vejo graça. Abro mão de tuas
penúrias, dos consolos que me dão por tua causa. Pelos erros aturados por andar
tão junto a teu passo. Morra dor. Leva contigo a lembrança mórbida da
possibilidade. Deixa-me ser só. Deixa-me só voltar a ser eu. As noites de sono
fazem tanta falta ao meu espírito, ao meu humor. Morra dor. E traga de volta a
vontade de sorrir. Não deixe que morram as tardes macilentas bordadas por sorrisos.
Não me deixe prantear de pesar ao breve anúncio da noite. Ajuda-me dor. A fazer
de ti a morte que me espera, longe e certa. Ajuda-me dor. Faz de ti mesma, um
destino inevitável. Longe e perto. Inconstante. Canso por saber que és tão
próxima.
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