sábado, 18 de junho de 2011

Em pedaços

uma construção
concreta
de mim pra eu mesmo
feita do barro mais limpo
que toda a cidade já viu
caiu e se quebrou
caiu e me quebrou
em cacos de barro

ainda que um barro limpo
me sujei vermelho de sangue
vermelho sangue de barro
e chorei
todas as lágrimas barrentas
do mundo em meus olhos

não via você
agora eu precisava ser agora
precisava ser o momento que quis
à espera de fé
numa deriva de loucos
à espera de um buraco de coelho
que me sugasse
e me fizesse conhecer
o barro do qual fui feito

Um comentário:

Risco de vapor disse...

De novo, novamente, outra vez... Muito bom! Interpretei do meu jeito.. e o que absorvi foi completamente válido. Li o poema em 1 minuto e no final me tornei maior do que eu era há 1 minuto atrás... Demais...