segunda-feira, 9 de maio de 2011

Oliver


eram balas de leite
dessas de feira
que se misturam à lingua
Oliver colocou tres de uma só vez
na boca
num ato impensado
e refletido
de dentro pra fora
pois
sempre fora assim
(esse Oliver tem cada tirada)
teimoso em contradição
por tudo que lhe fora imposto
e proibido
e que sempre quis provar
ou fazer justamente o contrário
pra conhecer o errado
ou pra saber
realmente
se o errado
é apenas medo
medo de tudo
medo do mundo
medo do medo
medo do todo
medo da perda
ou de qualquer
desgraça
um medo ao qual
está mais que habituado


a criança nunca sabe nada
até que mergulha em vida
e descobre que sabe tudo
e que se quiser saberá ainda mais
e sente que em sua essência
há algo de desbravador
algo estranho que deseja
se soltar
como um cão furioso
preso em correntes
que não é capaz de controlar

[como um aventureiro das histórias que costumava ler, Oliver percebe que pode ser o que quiser e andar por caminhos que quiser, para isso basta apenas guardar todo o medo em seu baú de brinquedos junto com seu time de botão]

Um comentário:

Risco de vapor disse...

Face book espalhando postagens.. kkk Muito maneiro o texto! Me senti meio como Oliver.. pensar que não sabe nada.. até que sabemos mais do que pensávamos..mas isso só funciona se negarmos essa condição... Meio louco..mas foi o que tirei do texto! Muito maneiro! rsrs Fica com Deus! Abração!