segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Tango


Gosto de ver a cor branca das roupas que você usava. E respirava. Não havia branco que eu pudesse. Arrancar das paredes por trás da pele nua e branca que você cisma de vestir. Ando perdido por essas ruas. As noites de sono sem dormir me fazem falta. Ao humor, ao sorriso. Penso no sonho que me transtorna. Transforma. Num cidadão perdido de Buenos Aires. Se não te devoro. Se não te arranco das minhas roupas brancas que insiste em vestir, me mostro em reflexos de um passado próximo, aos frangalhos. Canso de dormir e aprendo a operar utensílios. Desconhecidos. Domésticos. De noite, sozinho, gosto de apagar você das luzes. Teria até a chance de me sentir bem. Porém não há mais vestidos a me zelar o sono. Não. Mais. Só há o tango dessa cidade que não me deixa ver a cor do céu. Que tanto. Queria ver. Só há o tango a tocar. De mãos dadas. Com você.

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