quinta-feira, 12 de julho de 2012
Dentro
morre por dentro
o riso
num reflexo de
estilhaços de papel
mil berros de rancor
maturados em veias rubras
caso que se faz
da decepção que se constrói
por baixo dos panos
sem que a alma enxergue
engole de um vez
a alma gasta de cansaço
e uso - excessivo talvez
morre por dentro - o riso
a cada vez que ouço doer
os ouvidos e corações
que larguei por aí
desmanchado as horas
que prentedias me ocupar
com cuidados de porcelana
de acetato e de Caetanos
parte de uma vez
o laço, o envoltório
não ligo mais pra isso
dou me ao presente
um mimo agradício
da transparente ausência
a que os pés me levam
pra longe, o mais longe
cada vez se faz menor
a vista proteção do lar
engole goela abaixo
tua falsa educação
não me faz escravo de tuas vontades
pois não há alma no mundo
que se contente
com a decepção
de ver-lhe
humano como outro qualquer
impotente
num espaço confinado
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Um comentário:
Muito bom... parabéns!
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