quarta-feira, 22 de julho de 2009

Estátua

Triste, a moça explica-me,

olho para baixo,

pra onde esses pés tão me levando?

Insatisfeito, durmo.

A moça insiste,

olho pro rapaz que a ouve,

Aceita!

E o rapaz é como pedra fria,

cercado de pombos,

por que não a responde?

Há pouco amarelo no céu,

e o tempo do rapaz se vai,

Levanto-me pra poder ver,

os pássaros que levam a moça,

bela moça, aliás.

E os pés do rapaz o levam a outros,

que desgraça,

Por que não me ouves mais?

Portas se abrem pra moça,

Já não vejo mais,

só sinto as caricias dóceis do vento,

E o rapaz não se acha,

vive só junto aos pombos,

Pra onde você foi?

Ainda não se libertou.

Tento lhe ajudar.

Solte-o da carceragem!

E o rapaz nem se manifesta,

está conformado com limites da camada de cimento,

que o encerra.

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