sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Companheiro

Diante de um desvio no caminho, círculos resplandecentes e avisos ilegíveis tentam de maneira desesperada impedir os trabalhadores de minha mente à se deixarem fluir nesse desvio. Faço de lentes invisíveis grandes lupas que auxiliam o meu amigo a se desprender de tudo o que é certo ou previsto. Apesar de ter deixado outros laços de fita coloridos e esvoaçantes hipnotizá-lo, é certo de que apenas um em especial o tem por completo. A grande variedade de sentidos que possui faz dele ótimo revelador das faces de uma saga que vivencia. Sentidos diversos, ariscos, fugidios trazem à sua boca sabores antes degustados por unicos e privilegiados. Sinto sua fala em mim ecoando, ouço seus ruídos incessantes, destruindo qualquer hipótese de silencio inesperado, suas raizes trazem de tudo à sua volta uma vida resplandecente e inesgotável. Dois pequenos arcos tingidos de vermelho e que aparecem em algumas ocasioes munidos de um céu e pequenas estrelas de um branco que chega a cegar, fazem do companheiro um súdito, faz dele um observador assíduo desse céu coberto, desse céu fora do céu, desse céu particular. Abstrações de um rei são finalmente concedidas ao conhecimento de todos os plebeus, desse modo, deixa-me saber que dispõe de um força fora do comum, um ímpeto de vitória maior do que qualquer outra coisa, uma garra que passaria por cima tudo se necessário. Certamente formas do seu feitio são consideradas de rocha muitas vezes, mas revelando os mais profundos segregos que habitam seu interior, meu companheiro deixa transparecer uma elasticidade e moleza fora do comum, sua forma é mutável, adapta-se aos mais diversos imprevistos que possam causar-lhe. Camuflagens falhas não deixam dúvidas, não permitem enganos, exigem firmeza e realismo, como fantasmas que tentam pertubar o sono calmo e tranquilo daqueles que se submetem a facilidades e se acostumam ao que lhes é fornecido. Apesar de muito controlado há horas em que perde totalmente o senso de real e displicentemente me impõe projetos no mínimo surreais. O sentido que se perde nas suas indagações é logo encontrado pelo o que o faz ser o que é. Anseia se expor à tudo sem escrúpulos ou ao menos sem um pingo de racionalidade, pretende se aventurar nos mais imprevisíveis caminhos, tenta passar sempre onde há algo impedindo. Numa mistura de tudo é que se percebe, na maioria das vezes o nada que o forma, a quantidade de cores que formam o simples e usual branco é a maior possível. Equações e teorias que não fazem sentido tentam, de maneira um tanto abrupta, colocar num papel tudo o que esse meu amigo é e sente. Seria pouco plausível que alguém, algum dia racionalizasse o que se passa com ele, é como tentar explicar coisas que não se explicam, apenas se sentem. Desconfiaria de qualquer outro alguem, caso necessário, mas é impossível dizer que tenho disconfiança nele, que nunca me deixou sem amparo e sustentação. Certas pintas, e somente essas, o fazem suspirar e ver tudo com mais cor e som. Não há palpite ou intuição que se propague sem antes sofrer a miuciosa inspeção que é relizada por ele, sem que haja seu conssentimento não há nada que eu bote eu pratica. Conselhos não vendidos são sempre rumos certos a se seguir. A correnteza que existe é inevitalvel, é como um buraco negro que suga tudo para si, tenta e consegue com facilidade e realismo levar crédito em tudo que por ventura eu venha a produzir ou inventar. Armação nenhuma nunca conseguiu o corromper, é como se possuisse um escudo blindado contra todo o tipo de futilidades. Tão talentoso é, que com sua habilidade divina dá pinceladas de esperança em tudo em sua volta. Vai colorindo à medida que vou progredindo, diz que posso, que sou capaz. E qualquer terremoto que o faça tremer e balançar, não é suficiente para abater-lhe ou fazer com que desista dos planos que um dia conjecturou. Como ondas consecutivas, lança seus estímulos ao ar, para qualquer um que possa interessar-se. Forte como nunca, o unico pesar é o ciclo da vida que insiste em ter como unica certeza o desprendimento. Aspirais psicodélicas conquistam sua indiferença, rastros de um cheiro doce e conhecido lhe providenciam fortes batidas aumentando seu ritmo constante. Simples, sente-se confortável e inatingível quando, ao alcance das certas e tão macias mãos, é embalado. Previsões caóticas dos fatos são irremediavelmente atiradas fora como um papel amassado à uma lixeira, pois de nada adianta a esse aventureiro viver de tudo o que já foi mastigado e presenciado. Lindos e repentinos imprevistos é o que deseja, passar o tempo sem esperar o que virá e sem ser engolido por rotinas são objetivos que estão sendo postos em prática há muito. Ditando tudo o que sou, continua a transformar-me de como lhe agrada. Cozinhando, faz experimentos que me tornam mais apto a compreender as diversidades do que é viver. Letras embaraçadas em minha mente tentam me dizer que o que deve ser feito, que devo manter relaçoes com meu amigo, que devo fortifica-las para que nenhuma bala de canhão consiga destruir esse forte. Deixo que as relações estreitem-se cada vez mais, que me oriente em cada queda e continue sendo fonte de tudo que sinto.

4 comentários:

Pilar Valente disse...

Esse companheiro todo mundo tem, apesar de muitos não se deixarem acompanhar por ele.
Veja bem, companheiro: meu companheiro é seu também.

guilherme.ginane@gmail.com disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
guilherme.ginane@gmail.com disse...

esse companheiro é como um filho pequeno, onde nós temos que tomar conta dele, para que ele não se perca nas estantes dos supermaercados da vida...

Risco de vapor disse...

Caraca cara! Que foda!! Muito bom mesmo!! =)
Parabéns cara!