domingo, 30 de novembro de 2008
Farpa
Um quê que distorce, algo de nada contínuo, sem motivo e nem razão torna diferenças em banalidades, sopra sua ausência de ímpeto, espalhando-a como um pólen, entre seres de uma indiferença fora do comum. Sendo também modificado, não me retirar ao mais imperioso e desvastador trantorno, é de concluir-se que mesmo com relutância seria facilmente abatido. Uma simples vibração de cordas vocais que produzem um som não desejado e inesperado fazem com que tudo se adapte à imposição feita, determinando que não existe maneira de manter-se inalterado diante de tal decisão, a indiferença nesses casos parece esvair-se por completo, deixando a mostra apenas o que sobra diante de tais circunstâncias. O que se sobrepõe é o impacto, a surpresa provocada pela simples e fatal contração, sufocantemente traz à tona qualquer possível hipótese de fracasso e impotência. Assim que se torna alheio às suas próprias percepções e intuições o impacto já dominante e sem sentido, trata de assuntos seríssimos com a insanidade, assina tratados que parecem ter um sentido um tanto abstrato sem nem mesmo se conscientizar do que acaba de providenciar à esperança com que o que sobra de indiferança tenta emergir do profundo transe. Apenas algumas sílabas conseguiram desencadear uma revolução interior na maneira que eu reagiria normalmente, tentando ludibriar meus sentidos que se mostrariam sem nenhuma contestação ou timidez. Apesar da miscelania sem intervalo que se remexe em mim, parece que a insanidade estática, conseguiu fazer com que o impacto se fundisse à mesma, construindo assim verdadeiros pedestais de falta de senso e realidade. No meio desse quiprocó, aparece um fator indispensável às desicões, como seria possível haver algum consenso se ainda nao foi consultada a minha essencia? De um casco antes completamente fechado, liberta-se o juiz, aquele que irá ser decisivo. Com frieza calculista desata os nós de um emaranhado complexo entre os possíveis estados que seriam postos à mostra em resposta ao vocábulo há pouco proferido. Aos poucos, a calmaria vai infiltrando-se no que antes parecia um dilúvio, desfaz os ventos, e faz com que retorne a doce e calma brisa tão necessária à conclusão. A minha essencia presenteia-me com um palpite. Sem perceber a possível fratura nos conceitos antes estabelecidos, faço com que a mudança prevaleça, com que o inusitado dessa vez triunfe. Rasgando e queimando arquivos agora inúteis, aproveito e destruo todos os acordos confeccionados pela insanidade nos momentos de impacto e faço da indiferença apenas um adereço para momentos mais oportunos. Uma farpa que me incomoda não me deixa ser apático como resposta, há também um cano de descarga que logo expulsa o impacto que se sustenta por alguns segundos. De onde será que vem essa farpa? O que o tempo faz questão de revelar é simples e puramente a resolução da origem dessa farpa e envolvendo por completo os segmentos da minha reta sopra ao meu ouvido que a farpa é proveniente de uma lasca retirada numa colisão da minha essencia com a insana realidade. A unica saída é fazer com que meu sentidos se agucem, como um filtro irão separar o que é raiz forte e o que é fraco e sem razão. Repentinamente aos meus olhos, e programadamente por essa farpa, estampa-se em meus lábios, mesmo que esteja recebendo flechadas e ferroadas, a melhor e mais surpreendente expressão de otimismo.
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Um comentário:
"A excelência é, portanto, não um ato, mas um hábito."
Seus textos são sempre excelentes, meu bem, por favor não pare ;*
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